No homem radica a função primordial da arquitectura. Construir abrigos e espaços referênciais. (Manuel Joaquim Moreira da Rocha)
Consultando o Vocabulario Portuguez que Raphael Bluteau editou, em vários volumes e em língua portuguesa, no início do século XVIII (disponível para consulta indexada num meritório trabalho de acesso à informação produzido pela Universidade de S. Paulo (http://www.brasiliana.usp.br/dicionario/edicao/1 Para quem gostar de manusear o texto existe uma copia digital, não indexada, na Biblioteca Nacional de Lisboa: http://purl.pt/13969/4/), por Jornada tanto se entendia o caminho percorrido por um humano num dia, como o tempo que um humano precisa para percorrer um caminho pré-definido entre dois referenciais: o ponto de partida e ponto de chegada. Lembro-me os itinerários que as elites culturais da europa medieval tinham como A Jornada por excelência : caminhos que conduziam a Santiago de Compostela ou os caminhos que levavam o “bom cristão”,á terra Santa, a Jerusalém. Jornada significa caminho. Um caminho sempre definido por dois referenciais basilares: o tempo e o espaço. É este o sentido das Jornadas de História da Arquitetura em Portugal. No homem radica a função primordial da arquitetura. Construir abrigos e espaços referenciais. Do homem cultura extrai-se o conceito da arquitetura: construir espaços que satisfaçam as suas necessidades materiais e espirituais. O homem total, diferenciado pela geografia e pelo devir cronológico do tempos que organizam a História. A história da arquitectura regista os objectos arquitetónicos que deram resposta eficaz a esse desiderato. Vitrúvio (sec. I aC) o primeiro teórico da história da arquitetura, acrescentou à função e à solidez da construção, o conceito estético. Uma construção arquitetónica para além de satisfazer as necessidades do homem, deve ser sólida e robusta para subsistir às intempéries naturais e permanecer como referencial de valores imateriais do homem. E, além disso, para que a construção seja projeto de arquitectura deve e ser agradável ao olhar e oferecer um diálogo de “prazer”. Objetos que engrossam a história da arquitetura. A história da arquitetura em Portugal está arrumada em três ciclos: medieval, moderna e contemporânea. Dentro de cada ciclo cronológico, a arquitetura em Portugal, oferece um significativo número de objetos que a História da Arte classifica de românicos, góticos, renascentistas, maneiristas, barrocos, neoclássicos, neos, eclécticos e contemporâneos. Alguns, para além de serem considerados pontos altos da arquitectura portuguesa, integram a lista do património arquitetónico mundial, com o galardão da UNESCO. Da história da arquitectura portuguesa fazem parte construções fora de Portugal que sublinham a diáspora da cultura portuguesa na escala planetária. Neste campo destacam- se as arquitecturas resultantes de misceginações culturais; ou arquitecturas produzidas por arquitectos portugueses considerados artistas universais. Este site tem como função promover o conhecimento sobre a História da Arquitetura em Portugal. A arquitectura que existe no território de Portugal e a arquitectura mundial que espelha a linhagem cultural portuguesa. A sua pertinência, resultará dos colaboradores que queiram partilhar o gosto pelo estudo objectivo da História da Arquitetura em Portugal.
Manuel Joaquim Moreira da Rocha (Professor Auxiliar com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto)