4ª Jornada de História da Arquitetura em Portugal | 2015
Arquitetura Pública
Textos de Apoio
As Praças na Cidade do Porto entre a ação da Junta de Obras Publicas e o Plano Regulador de 1952
Nuno Paulo Soares Ferreira
Doutorando em História da Arte Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto | Bolseiro da FCT | CITCEM
Doutorando em História da Arte Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto | Bolseiro da FCT | CITCEM
As praças são entendidas como espaços públicos, e funcionam em simultâneo como espaços verdes, de circulação e de convivência, sendo palco de diversas manifestações urbanas e sociais. Numa perspetiva histórica e urbanística, são um elo fundamental para a compreensão da história das cidades e sua evolução ao longo dos tempos, nomeadamente em termos de conceção e integração do desenho urbano. A presente comunicação procura, através da análise das principais praças da cidade do Porto, conhecer e interpretar as várias soluções dos processos de transformação, permanência, desenvolvimento, e consolidação do tecido urbano desta cidade entre a segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XX.
Assim, e para a compreensão do atual território urbano do Porto, inicia-se a nossa viagem na ação desencadeada pelos Almadas, nomeadamente pelo plano implementado pela Junta das Obras Públicas do Porto (1763), que esboçou profundas transformações urbanas e um vasto conjunto de obras tanto no núcleo medieval como extramuros. Em 1784 esta mesma Junta faz publicar o “Plano de Melhoramento”, onde é exposta a conceção global do crescimento da cidade. Deste período destacam-se a Praça da Batalha (que viria a sofrer profundas reformulações), a Praça de Santo Ovídio (hoje Praça da República) e a Praça do Marquês (que surgiu como Largo da Aguardente). Estas praças estavam envolvidas na integração das estradas que articulavam o Porto com as regiões periféricas, bem como das que regularizavam o traçado viário da cidade e estruturavam o seu crescimento.
No século XIX, as intervenções nesta cidade continuavam a realizar-se tendo por base o pensamento dos Almadas. Os primeiros anos não foram marcados por grandes alterações na fisionomia da cidade. Foi com a anexação das freguesias periurbanas de Lordelo, Paranhos e Campanhã, nos anos 30 desse século, que se verificou uma redefinição do território urbano. A Praça da Ribeira, que desde o século XVI era a mais importante a nível comercial, manteve o seu estatuto, ao mesmo tempo que surgiam novos pólos dinamizadores em seu redor, como é o caso da Praça do Infante D. Henrique, onde se construiu o Palácio da Bolsa, passando a ser este o pólo do poder da burguesia mercantil e financeira. Por outro lado, o centro cívico passou a funcionar na zona alta da cidade, mais concretamente na Praça Nova (que viria a mudar de designação diversas vezes), onde se instalou a Câmara Municipal.
Desde os anos de 1870 até aos inícios do século XX, o desenvolvimento do transporte urbano, as novas exigências do trânsito motorizado e o aumento da população provocam o alastramento e adensamento da malha urbana e, consequentemente, levam a remodelação e melhoramentos de diversas zonas da cidade, à abertura de infraestruturas de circulação (como por exemplo as praças) e ao eclodir de novas zonas residenciais. Estes fatores geraram preocupações ao nível do planeamento urbanístico, levando à criação de enquadramentos legais, nomeadamente os “Planos Gerais de Melhoramento” (1864). Reflexo desta conjuntura, destaca-se a abertura de uma das mais importantes praças do Porto: a Praça da Boavista, posteriormente designada de Praça de Mouzinho de Albuquerque, situada na zona ocidental da cidade, e que levou ao surgimento de uma série de novos arruamentos transversais.
Já no início do século XX, os planos urbanos para a cidade são sobretudo aplicados à sua zona central. Partiam ainda da ordenação estrutural almadina, resolvendo situações pontuais. São exemplos o “Plano de Melhoramento e Ampliação da Cidade” (1914), a “Renovação Central da Cidade” (1915) e o “Plano de Melhoramentos da Cidade do Porto” (1916). Neste período destaca-se a Avenida dos Aliados, que se vai desenvolver e impor enquanto foco estrutural da cidade, sendo frequentemente visada nos planos urbanísticos ao longo das décadas seguintes.
Entre as décadas de 20 e 30 do século XX assiste-se a uma fase de transição, durante a qual os projetos e estudos se centram sobretudo na expansão da cidade enquanto processo a longo prazo e estruturado. São focados diversos aspetos, tais como: áreas edificadas e urbanizações, áreas turísticas e de lazer, áreas de expansão urbana e interurbana e vias de comunicação. Deste período destaca-se como ponto de viragem na forma de planear e reorganizar a cidade o “Prólogo à Cidade do Porto” de Ezequiel Campos (1932). A partir deste trabalho o planeamento urbano obedece a uma visão alargada e estratégica. Salienta-se o Decreto-Lei 24 802, de 21 de Dezembro de 1934, que obriga as câmaras municipais a elaborarem um plano geral de urbanização até 1939, tendo como principal objetivo moldar o crescimento das cidades à imagem do Estado. Com o objetivo de acionar este plano, a Câmara Municipal do Porto criou o “Gabinete de Estudo do Plano Geral de Urbanização”, que contou com a presença dos arquitetos e urbanistas italianos Marcello Piacentini (1938 a 1939) e Giovanni Muzio (1940 e 1943). No decorrer da década de 40, a Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização encarrega Antão de Almeida Garrett de elaborar o “Anteplano Regional de Urbanização” (1946), o “Plano Geral de Urbanização” (1947) e o “Plano Regulador da Cidade do Porto” (1952). Estes planos basearam-se numa visão global da cidade, sobre uma ótica de planeamento do território baseada nos princípios da Cidade Moderna.
Bibliografia
FERREIRA, Nuno; ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da (2013) – Etapas de Consolidação da Paisagem Urbana do Porto contemporânea. Da programação dos Almadas ao Plano de 1952. «CEM – Cultura, Espaço & Memória: Revista do CITCEM (Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória»), vol. 4.» [Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12834.pdf]
GARRETT, Antão de Almeida (1974) – História dos Planos Gerais de Urbanização da Cidade do Porto. «Revista da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto».
REAL, Manuel Luís; TAVARES, Rui (1987) – Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanística do Porto. «Revista Povos e Culturas», n.º 2, Porto: Universidade Católica Portuguesa.
Assim, e para a compreensão do atual território urbano do Porto, inicia-se a nossa viagem na ação desencadeada pelos Almadas, nomeadamente pelo plano implementado pela Junta das Obras Públicas do Porto (1763), que esboçou profundas transformações urbanas e um vasto conjunto de obras tanto no núcleo medieval como extramuros. Em 1784 esta mesma Junta faz publicar o “Plano de Melhoramento”, onde é exposta a conceção global do crescimento da cidade. Deste período destacam-se a Praça da Batalha (que viria a sofrer profundas reformulações), a Praça de Santo Ovídio (hoje Praça da República) e a Praça do Marquês (que surgiu como Largo da Aguardente). Estas praças estavam envolvidas na integração das estradas que articulavam o Porto com as regiões periféricas, bem como das que regularizavam o traçado viário da cidade e estruturavam o seu crescimento.
No século XIX, as intervenções nesta cidade continuavam a realizar-se tendo por base o pensamento dos Almadas. Os primeiros anos não foram marcados por grandes alterações na fisionomia da cidade. Foi com a anexação das freguesias periurbanas de Lordelo, Paranhos e Campanhã, nos anos 30 desse século, que se verificou uma redefinição do território urbano. A Praça da Ribeira, que desde o século XVI era a mais importante a nível comercial, manteve o seu estatuto, ao mesmo tempo que surgiam novos pólos dinamizadores em seu redor, como é o caso da Praça do Infante D. Henrique, onde se construiu o Palácio da Bolsa, passando a ser este o pólo do poder da burguesia mercantil e financeira. Por outro lado, o centro cívico passou a funcionar na zona alta da cidade, mais concretamente na Praça Nova (que viria a mudar de designação diversas vezes), onde se instalou a Câmara Municipal.
Desde os anos de 1870 até aos inícios do século XX, o desenvolvimento do transporte urbano, as novas exigências do trânsito motorizado e o aumento da população provocam o alastramento e adensamento da malha urbana e, consequentemente, levam a remodelação e melhoramentos de diversas zonas da cidade, à abertura de infraestruturas de circulação (como por exemplo as praças) e ao eclodir de novas zonas residenciais. Estes fatores geraram preocupações ao nível do planeamento urbanístico, levando à criação de enquadramentos legais, nomeadamente os “Planos Gerais de Melhoramento” (1864). Reflexo desta conjuntura, destaca-se a abertura de uma das mais importantes praças do Porto: a Praça da Boavista, posteriormente designada de Praça de Mouzinho de Albuquerque, situada na zona ocidental da cidade, e que levou ao surgimento de uma série de novos arruamentos transversais.
Já no início do século XX, os planos urbanos para a cidade são sobretudo aplicados à sua zona central. Partiam ainda da ordenação estrutural almadina, resolvendo situações pontuais. São exemplos o “Plano de Melhoramento e Ampliação da Cidade” (1914), a “Renovação Central da Cidade” (1915) e o “Plano de Melhoramentos da Cidade do Porto” (1916). Neste período destaca-se a Avenida dos Aliados, que se vai desenvolver e impor enquanto foco estrutural da cidade, sendo frequentemente visada nos planos urbanísticos ao longo das décadas seguintes.
Entre as décadas de 20 e 30 do século XX assiste-se a uma fase de transição, durante a qual os projetos e estudos se centram sobretudo na expansão da cidade enquanto processo a longo prazo e estruturado. São focados diversos aspetos, tais como: áreas edificadas e urbanizações, áreas turísticas e de lazer, áreas de expansão urbana e interurbana e vias de comunicação. Deste período destaca-se como ponto de viragem na forma de planear e reorganizar a cidade o “Prólogo à Cidade do Porto” de Ezequiel Campos (1932). A partir deste trabalho o planeamento urbano obedece a uma visão alargada e estratégica. Salienta-se o Decreto-Lei 24 802, de 21 de Dezembro de 1934, que obriga as câmaras municipais a elaborarem um plano geral de urbanização até 1939, tendo como principal objetivo moldar o crescimento das cidades à imagem do Estado. Com o objetivo de acionar este plano, a Câmara Municipal do Porto criou o “Gabinete de Estudo do Plano Geral de Urbanização”, que contou com a presença dos arquitetos e urbanistas italianos Marcello Piacentini (1938 a 1939) e Giovanni Muzio (1940 e 1943). No decorrer da década de 40, a Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização encarrega Antão de Almeida Garrett de elaborar o “Anteplano Regional de Urbanização” (1946), o “Plano Geral de Urbanização” (1947) e o “Plano Regulador da Cidade do Porto” (1952). Estes planos basearam-se numa visão global da cidade, sobre uma ótica de planeamento do território baseada nos princípios da Cidade Moderna.
Bibliografia
FERREIRA, Nuno; ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da (2013) – Etapas de Consolidação da Paisagem Urbana do Porto contemporânea. Da programação dos Almadas ao Plano de 1952. «CEM – Cultura, Espaço & Memória: Revista do CITCEM (Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória»), vol. 4.» [Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12834.pdf]
GARRETT, Antão de Almeida (1974) – História dos Planos Gerais de Urbanização da Cidade do Porto. «Revista da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto».
REAL, Manuel Luís; TAVARES, Rui (1987) – Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanística do Porto. «Revista Povos e Culturas», n.º 2, Porto: Universidade Católica Portuguesa.
A Arquitetura Pública em Guimarães nos Séculos XVII-XVIII
António
José de Oliveira
Doutor em História da Arte Portuguesa | CITCEM | Docente na Escola EB 2,3 Caldas das Taipas | Vice-Presidente da Muralha - Associação de Guimarães para a defesa do património
Doutor em História da Arte Portuguesa | CITCEM | Docente na Escola EB 2,3 Caldas das Taipas | Vice-Presidente da Muralha - Associação de Guimarães para a defesa do património
Na 2ª metade do século XVII e na centúria seguinte, a morfologia urbana da vila de Guimarães sofreu alterações significativas, particularmente no levantamento e remodelação de edifícios religiosos e civis, de infraestruturas urbanas, e abastecimento de água. Nesse período, a atividade arquitetónica em Guimarães desenvolveu-se em três grandes áreas: imóveis construídos de raiz; conclusão de programas construtivos anteriores; e acrescentamento de estruturas barrocas nos edifícios medievais.
Ao vasto conjunto de clientelas queremos adicionar o universo municipal. Um olhar mais atento permite-nos verificar que a dinâmica artística municipal relacionava-se com a Casa da Câmara e o Paço do Concelho (símbolos materiais do poder concelhio e da sua capacidade empreendedora), bem como às infraestruturas urbanas (calcetamento de ruas, pontes, casa da alfândega, açougue e cadeia) e o abastecimento de água. Estas intervenções, nomeadamente de reconstrução e de manutenção, fomentaram a encomenda municipal quer no burgo, quer no termo de Guimarães. Através dos livros de notas do escrivão da Câmara, Tombos da Câmara e nos diversos livros de Vereações reencontrámos a evolução urbana de Guimarães. Muitas destas obras exigiam o recurso a uma mão-de-obra especializada e a consideráveis encargos que se expressavam nas contas municipais.
No que concerne às arrematações de empreitadas, concluímos que no período entre 1664 e 1790, a Câmara coloca a lanços 93 empreitadas. Essas encomendas camarárias que eram postas em pregão, na praça da Oliveira, subdividem-se por cinco tipologias, a saber: bens móveis camarários; edifícios religiosos; chafarizes e abastecimento de água; calcetamento de ruas e caminhos e reparação de pontes; edifícios camarários e equipamentos públicos. Dentro destas cinco tipologias, são as infraestruturas urbanas da alçada camarária, como sejam o calcetamento de ruas e de caminhos e de pontes, logo seguida de perto pela reparação de edifícios camarários e equipamentos públicos, e pelo abastecimento de água à vila, que concentram o grosso das empreitadas. Neste período, podemos concluir que o Senado concentrou a grande parte da sua atenção pelas vias viárias que ligavam a vila aos arrabaldes. Do universo de 56 artistas que arremataram obras para a Câmara de Guimarães, mais de metade são pedreiros, seguidos pelos carpinteiros, o que nos permite concluir que são as empreitadas ligadas à pedraria e carpintaria, que representam o grosso das empreitadas camarárias. Situação esta, que vai de encontro ao tipo de empreitadas patrocinadas pelo Senado. Quanto à proveniência geográfica dos artistas, a maior parte é residente em Guimarães e seu termo, com exceção de um fundidor de sinos morador em Braga, e de cinco mestres pedreiros naturais do reino da Galiza. Em certos períodos de tempo, denota-se uma certa prevalência na preferência de artistas, por parte da Câmara, que arrematam mais de três obras de iniciativa camarária.
No caso de empreitadas de pedraria, de carpintaria e de serralharia no castelo de Guimarães, que foi adaptado na Idade Moderna a cadeia, encontramos vários ajustes de obras a realizar na casa do carcereiro, casa do casteleiro, muros do castelo e cadeia, torre dos presos, porta da laje, palheiro, capela de São João e grade do castelo. Dois inventários dos bens móveis do castelo (1612 e 1820), dão-nos importantes informes para os estudos de história de arte, quer para a reconstituição do espaço interno desta fortificação. Os registos paroquiais de São Miguel do Castelo permitem-nos identificar o carcereiro e alguns dos presos e presas. Igualmente ficámos a conhecer o número de nascimentos de filhos de mulheres encarceradas no castelo. Estas crianças eram batizadas na Igreja de São Miguel do Castelo. Nos livros paroquiais detetámos um elevado número de óbitos registado entre os reclusos. No inventário dos bens móveis da Casa do Senado de 1735, encontram-se arrolados duas gramalheiras e várias algemas de ferro, com o intuito de transportar os presos à Relação do Porto. Como estrutura ligada aos presos e à administração da justiça, temos a obra da forca, de iniciativa camarária, que é arrematada em 1729, por João Teixeira, pedreiro.
No que concerne à reparação de chafarizes e à canalização da água, o Senado além de colocar a lanços estas empreitadas, em certas alturas concessionava a sua manutenção, ou seja arrematava em hasta pública o seu arrendamento.
No segundo quartel do século XVIII, dez mestres pedreiros portuenses que trabalhavam nas obras de pedraria da igreja do convento de Santa Rosa de Lima, de Guimarães, arremataram as obras de restauro dos paços do concelho, que constavam de “hum pouco de propianno nas cazas do concelho”.
Dois tombos dos bens do concelho, datados respetivamente de 1615 e 1735, fornecem-nos informações fundamentais sobre a arquitetura civil pública de Guimarães, nomeadamente a Casa da Câmara e o Paço do Concelho. O Tombo dos bens e propriedades foreiras ao Senado de Guimarães de 1735, revela igualmente outros aspetos relacionados com o conhecimento e reconstituição do espaço interno da Casa da Câmara e do Paço do Concelho. O estudo comparativo entre os dois tombos permite também constatar a evolução arquitetónica destes espaços, bem como o desenvolvimento construtivo dos bens urbanos pertença do Senado. O Tombo de 1735 tem a particularidade de ser aí arrolado o património móvel da Casa do Senado.
Ao vasto conjunto de clientelas queremos adicionar o universo municipal. Um olhar mais atento permite-nos verificar que a dinâmica artística municipal relacionava-se com a Casa da Câmara e o Paço do Concelho (símbolos materiais do poder concelhio e da sua capacidade empreendedora), bem como às infraestruturas urbanas (calcetamento de ruas, pontes, casa da alfândega, açougue e cadeia) e o abastecimento de água. Estas intervenções, nomeadamente de reconstrução e de manutenção, fomentaram a encomenda municipal quer no burgo, quer no termo de Guimarães. Através dos livros de notas do escrivão da Câmara, Tombos da Câmara e nos diversos livros de Vereações reencontrámos a evolução urbana de Guimarães. Muitas destas obras exigiam o recurso a uma mão-de-obra especializada e a consideráveis encargos que se expressavam nas contas municipais.
No que concerne às arrematações de empreitadas, concluímos que no período entre 1664 e 1790, a Câmara coloca a lanços 93 empreitadas. Essas encomendas camarárias que eram postas em pregão, na praça da Oliveira, subdividem-se por cinco tipologias, a saber: bens móveis camarários; edifícios religiosos; chafarizes e abastecimento de água; calcetamento de ruas e caminhos e reparação de pontes; edifícios camarários e equipamentos públicos. Dentro destas cinco tipologias, são as infraestruturas urbanas da alçada camarária, como sejam o calcetamento de ruas e de caminhos e de pontes, logo seguida de perto pela reparação de edifícios camarários e equipamentos públicos, e pelo abastecimento de água à vila, que concentram o grosso das empreitadas. Neste período, podemos concluir que o Senado concentrou a grande parte da sua atenção pelas vias viárias que ligavam a vila aos arrabaldes. Do universo de 56 artistas que arremataram obras para a Câmara de Guimarães, mais de metade são pedreiros, seguidos pelos carpinteiros, o que nos permite concluir que são as empreitadas ligadas à pedraria e carpintaria, que representam o grosso das empreitadas camarárias. Situação esta, que vai de encontro ao tipo de empreitadas patrocinadas pelo Senado. Quanto à proveniência geográfica dos artistas, a maior parte é residente em Guimarães e seu termo, com exceção de um fundidor de sinos morador em Braga, e de cinco mestres pedreiros naturais do reino da Galiza. Em certos períodos de tempo, denota-se uma certa prevalência na preferência de artistas, por parte da Câmara, que arrematam mais de três obras de iniciativa camarária.
No caso de empreitadas de pedraria, de carpintaria e de serralharia no castelo de Guimarães, que foi adaptado na Idade Moderna a cadeia, encontramos vários ajustes de obras a realizar na casa do carcereiro, casa do casteleiro, muros do castelo e cadeia, torre dos presos, porta da laje, palheiro, capela de São João e grade do castelo. Dois inventários dos bens móveis do castelo (1612 e 1820), dão-nos importantes informes para os estudos de história de arte, quer para a reconstituição do espaço interno desta fortificação. Os registos paroquiais de São Miguel do Castelo permitem-nos identificar o carcereiro e alguns dos presos e presas. Igualmente ficámos a conhecer o número de nascimentos de filhos de mulheres encarceradas no castelo. Estas crianças eram batizadas na Igreja de São Miguel do Castelo. Nos livros paroquiais detetámos um elevado número de óbitos registado entre os reclusos. No inventário dos bens móveis da Casa do Senado de 1735, encontram-se arrolados duas gramalheiras e várias algemas de ferro, com o intuito de transportar os presos à Relação do Porto. Como estrutura ligada aos presos e à administração da justiça, temos a obra da forca, de iniciativa camarária, que é arrematada em 1729, por João Teixeira, pedreiro.
No que concerne à reparação de chafarizes e à canalização da água, o Senado além de colocar a lanços estas empreitadas, em certas alturas concessionava a sua manutenção, ou seja arrematava em hasta pública o seu arrendamento.
No segundo quartel do século XVIII, dez mestres pedreiros portuenses que trabalhavam nas obras de pedraria da igreja do convento de Santa Rosa de Lima, de Guimarães, arremataram as obras de restauro dos paços do concelho, que constavam de “hum pouco de propianno nas cazas do concelho”.
Dois tombos dos bens do concelho, datados respetivamente de 1615 e 1735, fornecem-nos informações fundamentais sobre a arquitetura civil pública de Guimarães, nomeadamente a Casa da Câmara e o Paço do Concelho. O Tombo dos bens e propriedades foreiras ao Senado de Guimarães de 1735, revela igualmente outros aspetos relacionados com o conhecimento e reconstituição do espaço interno da Casa da Câmara e do Paço do Concelho. O estudo comparativo entre os dois tombos permite também constatar a evolução arquitetónica destes espaços, bem como o desenvolvimento construtivo dos bens urbanos pertença do Senado. O Tombo de 1735 tem a particularidade de ser aí arrolado o património móvel da Casa do Senado.
A Fortificação no Contexto da Cultura Arquitetónica Portuguesa (Séculos XVI-XVIII)
Margarida Tavares da Conceição
Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Os domínios da arquitetura militar e da fortificação alcançaram grande amplitude geográfica, ecoando até um carácter de urgência, na denominada época moderna e na exata proporção do alcance do processo da expansão marítima (e ocupação colonial) das potências europeias, no qual Portugal desempenhou papel maior, como sabemos. Uma quase global abrangência coincidiu com a experimentação e consolidação da fortificação moderna, coexistindo com a complexa renovação do paradigma militar e que envolveu desde a sua raiz uma natureza profundamente transdisciplinar. Aspeto que de alguma maneira poderá justificar a dificuldade que a historiografia da arte e da arquitetura tem tido em integrar de maneira sistemática esta área no seu universo de trabalho.
Edifícios e estruturas construídas, no limite a materialização da arquitetura e da fortificação, conservam-se em grande número e não raras vezes ostentam valores artísticos de assinalável importância, para além do seu mais evidente papel simbólico na identidade coletiva da nação, na delimitação de um território físico e mental. Essa será a perspetiva mais evidente de pertença disciplinar. Porém, diversos fatores podem ser identificados na partilha de elos comuns, exatamente derivados da cultura arquitetónica do Renascimento e de alguns fundamentos disciplinares clássicos.
Aí radicam conceitos que nos permitem compreender o significado e a formação de uma cultura projetual moderna, na qual o estudo da geometria e o exercício do desenho se afiguram como essência comum às tarefas cometidas a mestres construtores, fortificadores, arquitetos ou engenheiros, cuja especialização profissional se foi operando de modo lento e nem sempre linear. A diversidade de agentes envolvidos explicará parte da questão, mas o desempenho dos engenheiros militares aparece já citado e em boa parte conhecido, salientando-se o facto da sua esfera de atuação ultrapassar em muito a edificação militar e se infiltrar em intervenções que envolvem significativa amplitude de escala e tipologia. Do edifício singular (militar, civil ou mesmo religioso) ao planeamento urbano e ao ordenamento do território, o militar engenheiro demonstra uma versatilidade profissional suscitante no horizonte da história da arquitetura.
Edifícios e estruturas construídas, no limite a materialização da arquitetura e da fortificação, conservam-se em grande número e não raras vezes ostentam valores artísticos de assinalável importância, para além do seu mais evidente papel simbólico na identidade coletiva da nação, na delimitação de um território físico e mental. Essa será a perspetiva mais evidente de pertença disciplinar. Porém, diversos fatores podem ser identificados na partilha de elos comuns, exatamente derivados da cultura arquitetónica do Renascimento e de alguns fundamentos disciplinares clássicos.
Aí radicam conceitos que nos permitem compreender o significado e a formação de uma cultura projetual moderna, na qual o estudo da geometria e o exercício do desenho se afiguram como essência comum às tarefas cometidas a mestres construtores, fortificadores, arquitetos ou engenheiros, cuja especialização profissional se foi operando de modo lento e nem sempre linear. A diversidade de agentes envolvidos explicará parte da questão, mas o desempenho dos engenheiros militares aparece já citado e em boa parte conhecido, salientando-se o facto da sua esfera de atuação ultrapassar em muito a edificação militar e se infiltrar em intervenções que envolvem significativa amplitude de escala e tipologia. Do edifício singular (militar, civil ou mesmo religioso) ao planeamento urbano e ao ordenamento do território, o militar engenheiro demonstra uma versatilidade profissional suscitante no horizonte da história da arquitetura.
Hospital de Santo António: do projeto à obra
Lília Paula Teixeira Ribeiro
Doutora em História da Arte Portuguesa | CEPESE | Professora do QA da Escola Básica e Secundária de Escariz - Arouca
Doutora em História da Arte Portuguesa | CEPESE | Professora do QA da Escola Básica e Secundária de Escariz - Arouca
Na segunda metade do século XVIII, o Porto sofreu intervenções urbanísticas e arquitetónicas que conferem um cunho de modernidade à imagem do velho burgo. Esta metamorfose espelha o programa de transformações empreendido pela Junta das Obras Públicas, a importância da presença da comunidade britânica – nomeadamente do cônsul John Whitehead, que incutia a cultura da sua pátria – e a influência dos tratados de arquitetura, que difundiam as novas correntes artísticas.
Nesta época, assistimos à proliferação de edifícios públicos civis capazes de satisfazer as exigências da modernidade, tais como: hospitais, prisões, teatros e quartéis. Dotados de funções específicas, que não demandam legitimação religiosa, conseguiram, nalguns casos, arrebatar a magnitude que, tradicionalmente, era apanágio da arquitetura religiosa. O Hospital de Santo António, que ostenta uma monumentalidade até então desconhecida no Porto, é uma das obras inscritas no esforço de construção dos equipamentos da cidade moderna dos Almadas, juntamente com a Cadeia e Tribunal da Relação, o Teatro de S. João, a Real Casa Pia e o Quartel de Santo Ovídio.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto associou o seu nome a um equipamento público reclamado pela cidade em vias de expansão e modernização. No ano de 1767, obteve autorização régia para edificar o “Hospital Novo”, que visava suprir as necessidades assistenciais de uma população em franco crescimento. Requisitou os préstimos de John Carr – especialista de renome em arquitetura hospitalar – para elaborar um projeto que respeitasse os modernos preceitos de conforto, higiene, salubridade pública e deixasse transparecer a relevância e prestígio da Irmandade; adquiriu os extensos terrenos compreendidos entre a Cordoaria e os Quartéis e avançou com a obra.
O hospital desenhado por John Carr, que fora apreciado pelo rei Jorge III, apresentava quatro alas monumentais, dispostas de modo a formar um quadrilátero. O centro do pátio era ocupado por uma igreja de cruz grega com zimbório, inspirada em obras de Andrea Palladio. O arquiteto de York, que seguiu a tipologia arquitetónica mais usada em setecentos para este género de edifícios, denota um excelente entendimento funcional e estético, pautado pela simplicidade, equilíbrio e harmonia.
A materialização do projeto original do Hospital de Santo António, cuja magnitude demandava cabedais que ultrapassavam as possibilidades económicas da Santa Casa, resultou truncada: a fachada poente e a igreja a implantar no centro do pátio não foram erguidas; as alas norte e sul assumiram uma configuração simplificada, com dimensões inferiores às previstas e uma eminente sobriedade decorativa; a fachada nascente remanesceu destituída de alguma da estatuária prevista. Apenas a fachada principal voltada a nascente seguiu de perto os desígnios de Carr e a magnitude da composição refulge, de forma exímia, no templo hexastilo da zona central, nos templos tetrastilos das extremidades e no andar nobre, que mereceu um tratamento especialmente requintado.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto mandou construir um dos edifícios públicos civis mais interessantes e emblemáticos da cidade, de feição inteiramente laica, para dar resposta a exigências em matéria de cuidados da saúde, que se impôs pela sua opulência, especificidade funcional e capacidade de resposta. Lamentavelmente, não teve capacidade financeira para suportar a materialização integral do risco. As obras arrastaram-se por muitos anos, sem que o projeto de Carr chegasse alguma vez a ser concluído: o plano primitivo não passou de uma quimera.
Não obstante, o Hospital de Santo António contribui de modo indelével para a estruturação do espaço urbano, marca a fisionomia arquitetónica da capital do norte e ilustra as potencialidades laicas do neopalladianismo. De igual modo, funcionou como um grande núcleo de transmissão do saber e fazer arquitetónico, que influenciou outras construções erigidas na cidade, designadamente o Palácio dos Carrancas, a Academia Real da Marinha e Comércio e a Bolsa Comercial do Porto. A sua importância extravasa o panorama nacional, merecendo especial interesse por ser a única obra importante gizada por um arquiteto inglês do século XVIII edificada fora do reino britânico e das colónias americanas.
Bibliografia
RIBEIRO, Lília – A Arquitetura Neopalladiana Portuense: o Hospital de Santo António (1769-1832). Porto: [s.n.], 2013. 2 vols. Tese de doutoramento no Ramo de Conhecimento em História da Arte Portuguesa, apresentada a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Policopiada).
Nesta época, assistimos à proliferação de edifícios públicos civis capazes de satisfazer as exigências da modernidade, tais como: hospitais, prisões, teatros e quartéis. Dotados de funções específicas, que não demandam legitimação religiosa, conseguiram, nalguns casos, arrebatar a magnitude que, tradicionalmente, era apanágio da arquitetura religiosa. O Hospital de Santo António, que ostenta uma monumentalidade até então desconhecida no Porto, é uma das obras inscritas no esforço de construção dos equipamentos da cidade moderna dos Almadas, juntamente com a Cadeia e Tribunal da Relação, o Teatro de S. João, a Real Casa Pia e o Quartel de Santo Ovídio.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto associou o seu nome a um equipamento público reclamado pela cidade em vias de expansão e modernização. No ano de 1767, obteve autorização régia para edificar o “Hospital Novo”, que visava suprir as necessidades assistenciais de uma população em franco crescimento. Requisitou os préstimos de John Carr – especialista de renome em arquitetura hospitalar – para elaborar um projeto que respeitasse os modernos preceitos de conforto, higiene, salubridade pública e deixasse transparecer a relevância e prestígio da Irmandade; adquiriu os extensos terrenos compreendidos entre a Cordoaria e os Quartéis e avançou com a obra.
O hospital desenhado por John Carr, que fora apreciado pelo rei Jorge III, apresentava quatro alas monumentais, dispostas de modo a formar um quadrilátero. O centro do pátio era ocupado por uma igreja de cruz grega com zimbório, inspirada em obras de Andrea Palladio. O arquiteto de York, que seguiu a tipologia arquitetónica mais usada em setecentos para este género de edifícios, denota um excelente entendimento funcional e estético, pautado pela simplicidade, equilíbrio e harmonia.
A materialização do projeto original do Hospital de Santo António, cuja magnitude demandava cabedais que ultrapassavam as possibilidades económicas da Santa Casa, resultou truncada: a fachada poente e a igreja a implantar no centro do pátio não foram erguidas; as alas norte e sul assumiram uma configuração simplificada, com dimensões inferiores às previstas e uma eminente sobriedade decorativa; a fachada nascente remanesceu destituída de alguma da estatuária prevista. Apenas a fachada principal voltada a nascente seguiu de perto os desígnios de Carr e a magnitude da composição refulge, de forma exímia, no templo hexastilo da zona central, nos templos tetrastilos das extremidades e no andar nobre, que mereceu um tratamento especialmente requintado.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto mandou construir um dos edifícios públicos civis mais interessantes e emblemáticos da cidade, de feição inteiramente laica, para dar resposta a exigências em matéria de cuidados da saúde, que se impôs pela sua opulência, especificidade funcional e capacidade de resposta. Lamentavelmente, não teve capacidade financeira para suportar a materialização integral do risco. As obras arrastaram-se por muitos anos, sem que o projeto de Carr chegasse alguma vez a ser concluído: o plano primitivo não passou de uma quimera.
Não obstante, o Hospital de Santo António contribui de modo indelével para a estruturação do espaço urbano, marca a fisionomia arquitetónica da capital do norte e ilustra as potencialidades laicas do neopalladianismo. De igual modo, funcionou como um grande núcleo de transmissão do saber e fazer arquitetónico, que influenciou outras construções erigidas na cidade, designadamente o Palácio dos Carrancas, a Academia Real da Marinha e Comércio e a Bolsa Comercial do Porto. A sua importância extravasa o panorama nacional, merecendo especial interesse por ser a única obra importante gizada por um arquiteto inglês do século XVIII edificada fora do reino britânico e das colónias americanas.
Bibliografia
RIBEIRO, Lília – A Arquitetura Neopalladiana Portuense: o Hospital de Santo António (1769-1832). Porto: [s.n.], 2013. 2 vols. Tese de doutoramento no Ramo de Conhecimento em História da Arte Portuguesa, apresentada a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Policopiada).
Hospitalidade e a Arte de Curar em Portugal, séculos XII-XX. Das enfermarias ao Hospital - componentes arquitetónicas e espaciais
Augusto Moutinho Borges
Docente da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda | Investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa
Docente da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda | Investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa
Curar em nome de Deus. Conseguimos, nesta frase, reunir o espírito assistencial e espiritual pelo qual o Homem se moveu durante séculos, desde o alicerçar do cristianismo na Europa até à atualidade. Curar, corporal e espiritualmente, criando e desenvolvendo arquitetónico em locais específicos onde se exerce a cura das enfermidades e para bem morrer. A panóplia constitutiva de casas onde se exercem formas de cura e prestação de cuidados pré morte, multiplica-se em variantes interdisciplinares; albergarias, mercearias e hospitais. Destes últimos, vão-se especializando funções e formas assistências, diferentes nas formas mas com o objetivo curativo.
A arquitetura e orgânica alicerçam-se cientificamente, motivando o aperfeiçoamento e especialização nas variadas necessidades complementares, desde a arquitetura até à linguística, tendo como base a ciência e conhecimento, para o qual muito contribuíram os agentes dedicados ao estudo da medicina.
Os limites temporais da nossa análise debruçam-se sobre os primórdios da fundação de Portugal, em 1147, até à primeira extinção das Ordens Religiosas, em 1834, ou seja, durante 687 anos. Procuramos, nas fontes históricas consultadas, retirar exemplos teóricos e práticos para a conjetura assistencial, que regia o Ocidente, aplicando estes valores humanitários no domínio militar e também na órbita civil e religioso.
Desenvolvemos questões que nos permitem refletir sobre a problemática do tema: O que é curar, Quem pratica a cura, Em quem se exerce a cura e, realçando o tema em análise, Onde se exerce a cura, e de que forma estes exemplos edificados extravasaram do território nacional para a Europa e territórios além-mar.
E tudo, somente, para louvar a Deus, tendo como seu arquiteto o poder real.
Bibliografia do autor sobre o tema
Livros
BORGES, Augusto Moutinho – Reais Hospitais Militares em Portugal, 1640-1834. Coimbra: Imprensa da Universidade – Comissão Portuguesa de História Militar, 2009, 262 páginas.
BORGES, Augusto Moutinho – Penamacor Militar: da Restauração à República. Lisboa: Câmara Municipal de Penamacor, 2014, 144 páginas.
Artigos
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares de S. João de Deus e a defesa do Alentejo”. In: Revista Almansor. Setúbal: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, n.º 5, 2006, pp. 73-86.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares de S. João de Deus na Beira: Da Restauração ao Liberalismo”. In: Actas XVI Colóquio de História Militar. Lisboa: CPHM, 2 vol., 2007, pp. 561-583.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares em Portugal no século XVII. O Hospital Militar de S. João de Deus da Praça de Almeida e Penamacor”. In: Revista Arqueologia e História. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, vol. 56-57, 2009, pp. 139-148.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares e a Ordem Hospitaleira de S. João de Deus em Portugal (1645-1834)”. In: Catálogo Museu S. João de Deus: Psiquiatria e História. Lisboa: OHSJD, 2009, pp. 117-157.
BORGES, Augusto Moutinho e GAMEIRO, Aires – “Ao serviço da hospitalidade e da cura. Família Hospitaleira”. In: O Esplendor da Austeridade. Mil anos de empreendedorismo das Ordens e Congregações em Portugal: Arte, Cultura e Solidariedade. Lisboa: INCM, 2011, pp. 301-313
BORGES, Augusto Moutinho – “A Enfermaria Conventual”. In: O Esplendor da Austeridade, Mil Anos de Empreendedorismo das Ordens e Congregações em Portugal: Arte, Cultura e Solidariedade. Lisboa: INCM, 2011, pp. 551-552.
BORGES, Augusto Moutinho – “O Hospital da Universidade de Évora: espaço e quotidiano”. In: Congresso Internacional dos 450 Anos da fundação da Universidade de Évora. Lisboa: Universidade de Évora, 2012, pp. 453-466.
BORGES, Augusto Moutinho – “O Serviço de Saúde Militar na Grande Guerra: Testemunhos do quotidiano”. In Congresso Internacional: From the Trenches to Versailles. Lisboa: FCSH-UNL, 2012, pp. 225-231.
GAMEIRO, Aires, BORGES, Augusto Moutinho e d’OLIVEIRA, Fernando – “A Casa de Saúde do Telhal e os gaseados de guerra: 1917-1950”. In Congresso Internacional: From the Trenches to Versailles. Lisboa: FCSH-UNL, 2012, pp. 233-243.
BORGES, Augusto Moutinho – “Ordens e Assistência: curar em nome de Deus”. In: Para a História das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal, na Europa e no Mundo. Lisboa: Paulinas Editora, vol. II, 2013, pp. 689-704.
A arquitetura e orgânica alicerçam-se cientificamente, motivando o aperfeiçoamento e especialização nas variadas necessidades complementares, desde a arquitetura até à linguística, tendo como base a ciência e conhecimento, para o qual muito contribuíram os agentes dedicados ao estudo da medicina.
Os limites temporais da nossa análise debruçam-se sobre os primórdios da fundação de Portugal, em 1147, até à primeira extinção das Ordens Religiosas, em 1834, ou seja, durante 687 anos. Procuramos, nas fontes históricas consultadas, retirar exemplos teóricos e práticos para a conjetura assistencial, que regia o Ocidente, aplicando estes valores humanitários no domínio militar e também na órbita civil e religioso.
Desenvolvemos questões que nos permitem refletir sobre a problemática do tema: O que é curar, Quem pratica a cura, Em quem se exerce a cura e, realçando o tema em análise, Onde se exerce a cura, e de que forma estes exemplos edificados extravasaram do território nacional para a Europa e territórios além-mar.
E tudo, somente, para louvar a Deus, tendo como seu arquiteto o poder real.
Bibliografia do autor sobre o tema
Livros
BORGES, Augusto Moutinho – Reais Hospitais Militares em Portugal, 1640-1834. Coimbra: Imprensa da Universidade – Comissão Portuguesa de História Militar, 2009, 262 páginas.
BORGES, Augusto Moutinho – Penamacor Militar: da Restauração à República. Lisboa: Câmara Municipal de Penamacor, 2014, 144 páginas.
Artigos
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares de S. João de Deus e a defesa do Alentejo”. In: Revista Almansor. Setúbal: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, n.º 5, 2006, pp. 73-86.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares de S. João de Deus na Beira: Da Restauração ao Liberalismo”. In: Actas XVI Colóquio de História Militar. Lisboa: CPHM, 2 vol., 2007, pp. 561-583.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares em Portugal no século XVII. O Hospital Militar de S. João de Deus da Praça de Almeida e Penamacor”. In: Revista Arqueologia e História. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, vol. 56-57, 2009, pp. 139-148.
BORGES, Augusto Moutinho – “Os Reais Hospitais Militares e a Ordem Hospitaleira de S. João de Deus em Portugal (1645-1834)”. In: Catálogo Museu S. João de Deus: Psiquiatria e História. Lisboa: OHSJD, 2009, pp. 117-157.
BORGES, Augusto Moutinho e GAMEIRO, Aires – “Ao serviço da hospitalidade e da cura. Família Hospitaleira”. In: O Esplendor da Austeridade. Mil anos de empreendedorismo das Ordens e Congregações em Portugal: Arte, Cultura e Solidariedade. Lisboa: INCM, 2011, pp. 301-313
BORGES, Augusto Moutinho – “A Enfermaria Conventual”. In: O Esplendor da Austeridade, Mil Anos de Empreendedorismo das Ordens e Congregações em Portugal: Arte, Cultura e Solidariedade. Lisboa: INCM, 2011, pp. 551-552.
BORGES, Augusto Moutinho – “O Hospital da Universidade de Évora: espaço e quotidiano”. In: Congresso Internacional dos 450 Anos da fundação da Universidade de Évora. Lisboa: Universidade de Évora, 2012, pp. 453-466.
BORGES, Augusto Moutinho – “O Serviço de Saúde Militar na Grande Guerra: Testemunhos do quotidiano”. In Congresso Internacional: From the Trenches to Versailles. Lisboa: FCSH-UNL, 2012, pp. 225-231.
GAMEIRO, Aires, BORGES, Augusto Moutinho e d’OLIVEIRA, Fernando – “A Casa de Saúde do Telhal e os gaseados de guerra: 1917-1950”. In Congresso Internacional: From the Trenches to Versailles. Lisboa: FCSH-UNL, 2012, pp. 233-243.
BORGES, Augusto Moutinho – “Ordens e Assistência: curar em nome de Deus”. In: Para a História das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal, na Europa e no Mundo. Lisboa: Paulinas Editora, vol. II, 2013, pp. 689-704.