Joana de Castro Teixeira
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Título da Comunicação
A serra de Passos/Sta Comba- Mirandela/Valpaços. Um programa multifacetado de visitas aos seus patrimónios naturais e culturais
Resumo
A Serra de Passos-Santa Comba soergue-se a oeste da bacia de Mirandela (Trás-Os-Montes). Na Pré-história Recente esta serra transformou-se num espaço coletivo de memória e identidade das comunidades que habitaram a região pelo menos desde o Neolítico Antigo, como testemunha, além dos vestígios de ocupação como o Buraco da Pala, o conjunto de pintura rupestre de tradição esquemática que se tem vindo a identificar nas suas escarpas. Este é um sítio único pela extensão e pela quantidade, diversidade e concentração de abrigos e painéis que apresenta, inigualável no território nacional.
Sobretudo por motivos relacionados com a extrema fragilidade destes vestígios e, como tal, relacionados com a sua proteção e salvaguarda, a divulgação deste importante conjunto de pintura rupestre nunca se estendeu ao público em geral nomeadamente através de um programa de visitas.
Cumpre-nos contudo o dever social de procurar a melhor forma de dar a conhecer, de transmitir, promover e permitir a fruição deste património que é de todos e que tem um grande potencial educativo e lúdico.
Discutiremos assim, em primeiro lugar , a sensibilidade deste tipo de património e as medidas de salvaguarda pela prospecção e registo das pinturas que necessariamente terão que existir a montante de um programa de visitas. Ponderaremos ainda as medidas que esse programa deverá conter em si próprio com o objetivo de manter a integridade dos sítios.
Discutiremos em seguida de que forma a concepção e concretização de um programa de visitas aos sítios arqueológicos deverá ser multifacetado e articulado com as outras várias dimensões da Serra de Passos- Sta. Comba, enquanto espaço natural e cultural, onde se mantêm tradições religiosas e etnográficas e onde se desenvolvem várias atividades lúdicas e de fruição da natureza. Será na correta aproximação a estes “públicos diferenciados” que residirá, cremos, o grande potencial de sucesso e manutenção no tempo de uma programa de divulgação e fruição do património natural e cultural da Serra de Passos promovendo, em simultâneo, a salvaguarda pela educação e conhecimento.
Nota Curricular
Joana Castro Teixeira nasceu no Porto em 1978. Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto tem desempenhado atividade profissional na arqueologia preventiva e de emergência destacando-se os trabalhos nos grandes empreendimentos das barragens do Sabor e do Tua. Nesta última foi responsável pelo Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua na componente da Pré-história, estando o texto de síntese intitulado “O Tempo Longo da Pré-história: algumas incursões nos modos de povoamento e de atuação social” atualmente já publicado (ed. EDP, S.A./Edições Afrontamento Lda, Porto, 2017). É investigadora integrada do CITCEM. Investiga e publica regularmente trabalhos na área da Arqueologia Pré-histórica e da Arte Rupestre, de modo particular sobre a região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Recebeu recentemente o Prémio de Arqueologia Eduardo da Cunha Serrão pela sua dissertação Mestrado intitulada “Os Povoados d'A Pedreira e Regadas no contexto da Pré- história Recente do Vale do Tua. As decorações dos recipientes cerâmicos enquanto modos de expressão identitária e de interação social.”.
A serra de Passos/Sta Comba- Mirandela/Valpaços. Um programa multifacetado de visitas aos seus patrimónios naturais e culturais
Resumo
A Serra de Passos-Santa Comba soergue-se a oeste da bacia de Mirandela (Trás-Os-Montes). Na Pré-história Recente esta serra transformou-se num espaço coletivo de memória e identidade das comunidades que habitaram a região pelo menos desde o Neolítico Antigo, como testemunha, além dos vestígios de ocupação como o Buraco da Pala, o conjunto de pintura rupestre de tradição esquemática que se tem vindo a identificar nas suas escarpas. Este é um sítio único pela extensão e pela quantidade, diversidade e concentração de abrigos e painéis que apresenta, inigualável no território nacional.
Sobretudo por motivos relacionados com a extrema fragilidade destes vestígios e, como tal, relacionados com a sua proteção e salvaguarda, a divulgação deste importante conjunto de pintura rupestre nunca se estendeu ao público em geral nomeadamente através de um programa de visitas.
Cumpre-nos contudo o dever social de procurar a melhor forma de dar a conhecer, de transmitir, promover e permitir a fruição deste património que é de todos e que tem um grande potencial educativo e lúdico.
Discutiremos assim, em primeiro lugar , a sensibilidade deste tipo de património e as medidas de salvaguarda pela prospecção e registo das pinturas que necessariamente terão que existir a montante de um programa de visitas. Ponderaremos ainda as medidas que esse programa deverá conter em si próprio com o objetivo de manter a integridade dos sítios.
Discutiremos em seguida de que forma a concepção e concretização de um programa de visitas aos sítios arqueológicos deverá ser multifacetado e articulado com as outras várias dimensões da Serra de Passos- Sta. Comba, enquanto espaço natural e cultural, onde se mantêm tradições religiosas e etnográficas e onde se desenvolvem várias atividades lúdicas e de fruição da natureza. Será na correta aproximação a estes “públicos diferenciados” que residirá, cremos, o grande potencial de sucesso e manutenção no tempo de uma programa de divulgação e fruição do património natural e cultural da Serra de Passos promovendo, em simultâneo, a salvaguarda pela educação e conhecimento.
Nota Curricular
Joana Castro Teixeira nasceu no Porto em 1978. Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto tem desempenhado atividade profissional na arqueologia preventiva e de emergência destacando-se os trabalhos nos grandes empreendimentos das barragens do Sabor e do Tua. Nesta última foi responsável pelo Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua na componente da Pré-história, estando o texto de síntese intitulado “O Tempo Longo da Pré-história: algumas incursões nos modos de povoamento e de atuação social” atualmente já publicado (ed. EDP, S.A./Edições Afrontamento Lda, Porto, 2017). É investigadora integrada do CITCEM. Investiga e publica regularmente trabalhos na área da Arqueologia Pré-histórica e da Arte Rupestre, de modo particular sobre a região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Recebeu recentemente o Prémio de Arqueologia Eduardo da Cunha Serrão pela sua dissertação Mestrado intitulada “Os Povoados d'A Pedreira e Regadas no contexto da Pré- história Recente do Vale do Tua. As decorações dos recipientes cerâmicos enquanto modos de expressão identitária e de interação social.”.
